miércoles, 28 de septiembre de 2016

2014 - MULHERES Q DIZEM SIM




Grupo formado por Palito (voz e baixo), Mauricio Pacheco (voz e guitarra), Pedro Sá (voz e guitarra) e Domenico Lancellotti (voz e bateria) se reencontra para comemorar os 20 anos do lançamento de seu disco homônimo.

Participação especial: Moreno Veloso.




31/10/2014



Circo Voador em festa: o retorno do ‘Mulheres Q Dizem Sim’



 
Caetano Veloso e Pedro Sá

Caetano Veloso esteve, nessa quinta-feira (30/10), no Circo Voador, no show para comemorar os 20 anos do único disco da banda “Mulheres Q Dizem Sim”.
 




Pedro Sá, voz e guitarra do “Mulheres”, é o guitarrista da banda Cê, que acompanhou o baiano em seus três últimos CDs.



Atribui-se a Pedro Sá, aliás, a sonoridade mais roqueira que domina os últimos trabalhos de Caetano. Não bastasse isso, Moreno Veloso também fez uma participação especial no show. A noite foi aberta pelo Acabou La Tequila e teve discotecagem de Maurício Valladares, da festa Ronca Ronca. O Circo ficou cheio de gente bacana.








O GLOBO

Mulheres Q Dizem Sim tocam nesta quinta-feira no Circo Voador

Banda que influenciou artistas como Los Hermanos e Romulo Fróes apresenta seu único e cultuado disco, que completa 20 anos






                        Maurício Pacheco e Domenico Lancellotti - Ana Branco

por Carlos Albuquerque
30/10/2014

RIO — Maurício Pacheco fala com alguém, em inglês, no celular, enquanto o dono da casa, Palito, mostra a Domenico Lancellotti, num monitor, as espetaculares imagens que gravou com a ajuda de um drone durante uma recente viagem ao Havaí. Pedro Sá é o último a se juntar aos amigos de vários carnavais no apartamento na Lagoa. Há muito o que planejar, afinal eles estão prestes a voltar a ser Mulheres com M maiúsculo. Mulheres Q Dizem Sim.

Hoje, no Circo Voador, Maurício (voz e guitarra), Palito (baixo), Domenico (bateria) e Pedro (guitarra) se reúnem para celebrar os 20 anos de lançamento do primeiro e único disco que o grupo gravou, num show com a participação de Moreno Veloso, abertura do Acabou La Tequila e som do DJ Maurício Valladares. Mesmo sem sucesso comercial — um inevitável parâmetro nos anos 1990, quando as grandes gravadoras ainda dominavam o mercado fonográfico — “Mulheres Q Dizem Sim”, um “produto” Warner, com sua personalíssima mistura de rock, funk, soul e samba, acabou se tornando referência para bandas e artistas que vieram depois, como Los Hermanos e Romulo Fróes.

O nome, dizem, veio de um antigo filme pornô que Domenico teria visto e gostado. O primeiro show com roupas de mulher, que se tornaria uma característica do grupo, foi durante um sarau no colégio Senador Corrêa, em Laranjeiras, no começo daquela década.

— Foi de improviso, e aí resolvemos pegar roupas nos armários de nossas mães, uma coisa bem ridícula — brinca Palito.

— Que foi ficando ainda mais ridícula quando passamos a ter até uma figurinista amiga para cuidar dessa parte — completa Pedro Sá, guitarrista da Banda Cê, que acompanha Caetano Veloso, classificado como “brilhante” em recente crítica do “New York Times”.

Alguns shows bem falados, uma fita demo, produzida com a ajuda do tecladista Fabio Fonseca, e um clipe da música “SOS”, dirigido por Arthur Fontes e Andrucha Waddington, com a participação de Regina Casé, foram o passaporte de entrada do grupo na Warner em 1993. Os quatro pediram Arto Lindsay na produção.

— O Arto gostava da banda, achava que ela era pop de um jeito estranho — diz Maurício, que tocou com Vanessa da Mata e Lenine e fez parte do grupo F.U.R. T.O., de Marcelo Yuka.

— Mas o Arto não pôde por problemas de agenda, e a Warner sugeriu o Guto Graça Mello. — afirma Domenico, que lançou um disco solo, “Cine privê”, em 2011, e é integrante das bandas Orquestra Imperial (com Pedro Sá) e Domenico +2 (com Kassin e Moreno Veloso).

Então os Mulheres disseram sim ao produtor que já tinha assinado discos de Gilberto Gil, Rita Lee e, importante para eles, o primeiro disco do Barão Vermelho, ao lado de Ezequiel Neves. Vendo aquele bando de adolescentes, ele deixou o grupo trabalhar como queria. “Mulheres Q Dizem Sim” trazia diálogos inusitados entre as guitarras de Maurício e Pedro Sá e entre o baixo de Palito e a bateria de Domenico. Mesmo assim, soava, como previra Arto, estranhamente pop em faixas como “Eu sou melhor que você” (mais tarde regravada por Moreno) e a própria “SOS” (“Os darks a 40 graus não sabem que o sol tem vitamina D”).

Mesmo com alguns shows de lançamento bem-sucedidos, como um em Salvador que todos recordam com carinho (“Kassin foi nosso roadie naquele show. Pronto, falei”, diverte-se Pedro Sá), o disco não teve o retorno esperado pela gravadora e eles começaram a ouvir muitos “não”.










 






— Diziam que tentaram nos colocar no segmento adulto contemporâneo, e a gente dizia que nem sabia o que era aquilo. Só queríamos tocar e seguir fazendo shows. Foi quando começamos a nos desconectar da gravadora e fazer as coisas por conta própria — conta Maurício.



Esse breve momento de independência gerou uma fita demo, produzida por Chico Neves, um prêmio de melhor demo clipe na MTV Brasil (pela música “Salsa punk”), em 1996, e uma música (“Cicciolina”) lançada em uma coletânea do projeto CEP 2000, encartada na revista “Trip”, em 2000. Mas ali o grupo já não existia, e cada um dos seus integrantes seguira seu próprio caminho.


— Por isso, imagina o baque que foi quando nos reunimos, pela primeira vez em muito tempo, para os primeiros ensaios dessa volta, no final do ano passado, quando fizemos as contas e vimos que o disco ia completar 20 anos — conta Palito. — Foi emocionante.

LEVADAS NOVAS
Nesse reencontro inédito e único (“Vai ser só um show, foi essa a combinação”, garante Maurício), as 12 músicas de “Mulheres Q Dizem Sim” — cujo relançamento em formato digital o grupo negocia com a ex-gravadora — serão revistas, com o acréscimo de composições da fita com Chico Neves.

— Quando a gente voltou a tocar as músicas do disco, eu não reconhecia mais aquelas levadas — admite Domenico. — Só depois de alguns ensaios é que tivemos ideias novas para elas, que foi o que nos animou mais para essa volta. Não faria sentido tocá-las igualzinho ao disco. Na verdade, seria impossível.
E, sim, no show os quatro estarão vestidos de mulher, festejando como se fosse 1994.

— Vestidos e maquiados — avisa Pedro Sá.
 







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