sábado, 10 de diciembre de 2016

2016 - MARIA BETHÂNIA - Doutor Honoris Causa da UFBa



“Logo eu, dona Maricotinha, uma doutora”.
“Estou muito feliz, pois esse é o palco mais diferente que já pisei, para receber o aplauso mais caloroso e inesperado da minha vida, que muito me comove e enaltece”. 
“É daqui que poderá nascer o Brasil que queremos: educado e, portanto, livre”.




Maria Bethânia recebe título de Doutor Honoris Causa da UFBA
04/12/2016 
Cerimônia acontece no dia 9/12, às 17h, na Reitoria

O reitor da Universidade Federal da Bahia, professor João Carlos Salles, concederá o Título de Doutor Honoris Causa à cantora e intérprete baiana Maria Bethânia Vianna Teles Velloso, em cerimônia que acontece no próximo dia 9 de dezembro, às 17 horas, no Salão Nobre da Reitoria da UFBA, no Canela.

A outorga do título a Maria Bethânia foi proposta por iniciativa da Faculdade de Arquitetura e das Escolas de Belas Artes, Teatro, Dança e Música, que, nos 70 anos da UFBA, “prestam uma homenagem à baiana que nasceu junto com a universidade é responsável pela divulgação e preservação, através de sua voz, de dois importantes patrimônios imateriais brasileiros, sua voz e sua poesia”.

Salvador

CORREIO

Maria Bethânia recebe título de Doutor Honoris Causa e brinca: 'Doutora Maricotinha'

Bastante aplaudida, a cerimônia aconteceu na Reitoria da Ufba, com a presença de professores da instituição, familiares da cantora e artistas como Capinam, Tuzé de Abreu e Margareth Menezes.
Hilza Cordeiro
09/12/2016

Fez-se silêncio absoluto para a performance que acabaria com uma rosa sendo entregue à menina dos olhos de Oyá, agora Doutora Maricotinha, no prédio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no fim da tarde desta sexta-feira (9). Em seguida, aplausos que duraram cerca de três minutos. “Este é o aplauso mais caloroso e mais inesperado da minha vida”, discursou a cantora Maria Bethânia após ser diplomada Doutora Honoris Causa pelo reitor João Carlos Salles.

 
Foto: Almiro Lopes/CORREIO

A condecoração, que é concedida às personalidades que contribuíram para o desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento, foi solicitada pelos representantes da Escola de Arquitetura e acatada com unanimidade no Conselho Universitário (Consuni) pelas Escolas de Belas Artes, Teatro, Dança e Música da universidade. A premiação chega no aniversário de 70 anos da instituição, mesma idade de Bethânia, e na véspera dos 50 anos do movimento tropicalista.
Como uma das requerentes, a professora de Arquitetura Griselda Kluppel, justificou que a “arquitetura é onde se desenvolve a vida humana, na qual a música se faz e se desfaz. Música e arquitetura dialogam com o seu tempo e vão além dele”, disse. O reitor acrescentou que Bethânia atravessa as disciplinas, “ela reinventa a ligação íntima entre a música e a poesia. Por isso mesmo, esse título poderia ter sido dado ainda pelas Escolas de Letras e Filosofia”, completou.
Nos discursos, os professores relembraram os feitos da intérprete e exaltaram suas distintas formas de expressão, como a plasticidade e a dramaticidade, além do seu papel educativo na difusão da literatura poética. “Bethânia fez o Brasil ser apresentado ao Brasil, recuperando suas raízes, a religiosidade, a legitimidade do povo negro e a cultura do interior”, afirmou Meran Vargens, professora da Escola de Teatro. “Ela também coleciona feitos como ter sido a primeira mulher a alcançar um milhão de discos vendidos com o álbum Álibi”.

Foto: Almiro Lopes/CORREIO
 
Familiares da cantora, como os irmãos Rodrigo, Clara e Mabel Veloso, acompanharam a cerimônia - o irmão Caetano foi condecorado em 1998, em cima de um trio elétrico, como símbolo de quebra das fronteiras da academia com a sociedade. Gilberto Gil foi homenageado em 2005. A Ufba concedeu 125 títulos à personalidades desde 1948. Também estiveram presentes o poeta José Carlos Capinam, a cantora Margareth Menezes e o compositor Tuzé de Abreu. 
O diretor e dramaturgo Gil Vicente Tavares, relembrou ainda a importância do reitor Edgard Santos, um dos fundadores da Ufba, na promoção da cultura. “O grande mérito dele foi que ele revolucionou não apenas nossa província, mas o país inteiro, e Bethânia é fruto desse caldeirão. Essa homenagem é um ciclo, é ela retornando a esse espaço. Além disso, para a Ufba, isso é importante porque demonstra sensibilidade e acolhe a comunidade”, avaliou.
Comovida, a cantora agradeceu o carinho. “Recebo isto com humildade e emoção. Minha voz hoje soa como agradecimento. Deus colocou em meu caminho a missão de fazer chegar nas pessoas as palavras, os pensamentos e a poesia”, finalizando com um trecho da canção Yá Yá Massemba, de Roberto Mendes e Capinam. “Vou aprender a ler para ensinar os meus camaradas”, entoou.


Bethânia recebe das mãos do reitor João Carlos Salles o título de Doutor Honoris Causa (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)


No evento apenas “como fã da cantora”, a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Olívia Santana, disse que a admira como entidade. “Ela é mais que uma artista, é forte, se impõe e nos inspira a seguir”, exaltou.
A professora de filosofia Marina Gonzalez chegou, na quinta-feira (7), do Uruguai especialmente para participar do momento. “Ela é um ícone, o título é merecidíssimo. O que me comove nela é a humildade e a personalidade”, disse. Para o doutorando em Teatro, Rafael Almeida, 29, o “prêmio vem como um reconhecimento dessa estrada de 50 anos de carreira muito bem percorridos”.

Foto: Vagner Souza
 
Foto: Vagner Souza




A cantora recebeu o título no Palácio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia






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