viernes, 20 de enero de 2017

2000 - 15° FREE JAZZ FESTIVAL




Conheça as atrações do Free Jazz 2000

A 15ª edição do Free Jazz Festival acontece de 19 a 21 de outubro no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de 20 a 22 no Jockey Club de São Paulo. O festival deste ano mistura atrações de jazz e música pop, confirmando a tendência das versões de anos anteriores.

O Festival deste ano traz ainda entre suas atrações três filhos de músicos famosos que seguem a carreira dos pais: Sean Lennon, filho do ex-Beatle John Lennon; Femi Anikulapo-Kuti, filho do saxofonista nigeriano Fela Kuti, e Moreno Veloso, filho de Caetano Veloso.



Art Ensemble of Chicago
Chucho Valdés
D´Angelo
Femi Anikulapo-Kuti & The Positive Force
Greg Osby
Hamilton de Holanda
Irvin Mayfield
Jay Jay Johanson
João Donato
Leftfield
Manu Chao
Marcos Suzano
Max Roach
Moloko
Moreno Veloso
Ravi Coltrane
Ray Brown
Sean Lennon
Sonic Youth
Talvin Singh



Sean Lennon recebe Arnaldo Baptista no Free Jazz
Silvio Essinger
20/10/2000

Surpresa ontem no encerramento do show de Sean Lennon no Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro: o filho de John Lennon chamou ao palco para dividir os vocais de uma versão em inglês de Panis et Circensis (do primeiro disco dos Mutantes), o vocalista, baixista e tecladista da banda, Arnaldo Baptista. O músico, que vive recluso em Juiz de Fora, mostrou animação, fazendo caretas enquanto cantava, vestindo uma camisa prateada. Foi o número mais aplaudido do até então morno show de Sean. Segundo Arnaldo, convites foram feitos pelo filho do beatle (que desenhou a capa para o disco Tecnicolor, gravação perdida dos Mutantes, feita em Paris em 1970 e só lançada este ano) para que gravassem juntos. 



 





 

21/10/2000
Distraído, Moreno + 2 vence no Free Jazz
Trio do filho de Caetano Veloso passa por cima do burburinho na metade calma do show e conquista o público com a parte dançante-inusitada

Silvio Essinger

Lembrava um sarau de colégio o início do show da banda Moreno + 2, sexta-feira, que abriu a noite do Free Jazz, na tenda New Directions. Entre a platéia, ainda rarefeita, mas que depois se concentrou na frente do palco, estavam o pai orgulhoso do bandleader, Caetano Veloso, e muitos dos conhecidos do trio: os paralamas Herbert Vianna e Bi, o baixista Dé, o produtor Chico Neves, as cantoras Daúde e Katia Bronstein, entre outros. No palco, via-se três garotos meio displicentemente vestidos, meio perdidos, meio tímidos demais.

A Moreno, tradicionalmente despenteado e com uma camisa da seleção mexicana de futebol, coube a tarefa de fazer as honras da casa com um surreal mas quase imperceptível “bom dia” (eram oito e quinze da noite). Com violão e voz de inspiração joãogilbertiana (e caetânica, por tabela), ele puxou uma releitura de Deusa do Amor, sucesso do Olodum, que faz parte do recém-lançado disco de estréia da banda, Máquina de Escrever Música. Alexandre Kassin tocou seu baixo eletroacústico de simplicidade aterradora e Domenico Lancelotti marcou o ritmo com duas lixas – impávidos ambos.

O toque constante de celulares e o burburinho da ala impaciente da platéia (que, ao contrário de João Gilberto e Caetano, Moreno preferiu não afrontar) se acentuaram a cada minuto que passava na primeira parte do show – para a infelicidade de quem queria prestar atenção. Seguiram-se no set list a bela Sertão (parceria de pai e filho), o samba Sinto-me bem (de Ataulfo Alves, que não está no disco) e o bolero que Moreno fez, em espanhol, pensando no amigo guitarrista Pedro Sá, Para Xó.

Como já estava cantando “em outra língua”, o rapaz emendou em uma versão de Night and Day, de Cole Porter – Kassin, o homem dos instrumentos e sons inusitados, marcou presença com uma espécie de escaleta soprada através de um tubo. Também calma foi a versão voz-e-violão para Eu Sou Melhor Que Você, divertida canção do Mulheres Q Dizem Sim, banda original de Domenico (que, sem nada para tocar nessa, coçou a barba).

Enquanto Isso marcou o início da mudança de rota do show – com a qual, por sinal, o trio ganhou o público. Digitando o ritmo em uma bateria eletrônica, que ficava em cima de uma escrivaninha, como num escritório, Domenico deu a partida para a festa dançante. Vieram em seguida o reggae-funk Arrivederci, o baião-ragga Imbalança (clássico de Gonzagão, recheado de intervenções noise de Kassin), Das Partes, Assim (com uma curiosa batida house disco) e o funk Rio Longe. Temperando o balanço com alguns elementos inusitados, deslocados, Moreno + 2 marcaram sua diferença na noite. Outra virtude de seu show foi a criteriosa e nada óbvia seleção das músicas a serem relidas nessa parte dançante: o Volks-Volkswagen Blues (de Gilberto Gil) e Tudo de Bom (Rubem Jacobina).

Uma paradinha para a delicada versão de I’m Wishing (aquela do desenho da Branca de Neve) e a festa foi retomada com A Beira e o Mar (Roberto Mendes e Jorge Portugal) e Embala Eu, no melhor estilo samba esquema noise. Pandeiros em homenagem a Mãe Menininha do Gantois encerraram o show, com a platéia enfim seduzida pelo charme nerd – cuidadosamente distraído e desajeitado – de Moreno. Em questão de minutos, em cima de um palco de sarau, ele cresceu e apareceu.















No hay comentarios:

Publicar un comentario