jueves, 24 de agosto de 2017

1998 - CENTRO EM QUATRO ESTAÇÕES





São Paulo, domingo, 21 de junho de 1998.



Maria Cristina Poli apresentará o documentário "Centro em Quatro Estações - 
Dado Junqueira / Folha Imagem


Projeto de Maria Cristina Poli mostra dados históricos da região central de São Paulo


RUI DANTAS

da Reportagem Local

Com o objetivo de "descobrir" o centro de São Paulo, a jornalista Maria Cristina Poli realizou o documentário "Centro em Quatro Estações", a ser exibido na Cultura, a partir de 21 de julho, às 22h30.

O documentário, dividido em uma série de quatro episódios, revela os principais pontos arquitetônicos, além de rememorar dados históricos e mostrar a visão de personalidades sobre o local.

Diferentemente do que se possa supor, as "estações" do título não são as fases sazonais do ano, mas as estações de metrô que "delimitam" o perímetro central de São Paulo.

São elas: a -o marco zero de SP-, a São Bento, a do Anhangabaú e a República. Cada uma é tema de um capítulo da série.

A partir desses pontos, o programa desvenda as cercanias de cada uma dessas estações. Assim, o episódio "Sé" engloba a catedral da Sé e o Pátio do Colégio, construção considerada o berço da cidade.

Já o "São Bento" retrata o mosteiro de São Bento e a Bolsa de Valores, revelando as contradições ou coincidências entre os frequentadores de ambos os locais.

Maria Cristina Poli, 37, concebeu o projeto em 1996. Em agosto daquele ano, a jornalista obteve aprovação para utilizar a lei Rouanet, de incentivo fiscal à cultura.

Pouco mais de um ano depois, em novembro de 97, Maria Cristina conseguiu patrocínio dos Correios para o projeto, orçado em R$ 300 mil.

"Quero que esses programas despertem o apetite das pessoas de conhecer algumas "pérolas' do centro de São Paulo. Só podemos preservar aquilo que conhecemos. É impossível amarmos algo desconhecido", afirma a jornalista.

Durante a fase de pesquisa e produção, ela afirma ter descoberto uma série de peculiaridades da região central de São Paulo.

Uma delas é a existência de jazigos de religiosos dentro da catedral da Sé. Outra revelação disseca a construção da estação de trens da Luz.

Os tijolos da estação foram trazidos da Europa, para que a o local mantivesse fidelidade aos prédios ingleses da época.

Há também depoimentos de personalidades que vivem, frequentam ou viveram no local, como o compositor Caetano Veloso, o diretor teatral Zé Celso Martinez Corrêa e o professor emérito da USP Goffredo da Silva Telles.

Para produzir a série, Maria Cristina e sua equipe fizeram uma pesquisa bibliográfica e de imagem, no arquivo da TV Cultura.

A iniciativa é da Poli Produções, empresa da jornalista e apresentadora, que cedeu gratuitamente à Cultura, em troca da exibição. Maria Cristina dirigiu o documentário.


Ao ser finalizado, o projeto ainda contou com a assessoria da arquiteta e urbanista Raquel Rolnik.



São Paulo, domingo, 16 de agosto de 1998.


DOCUMENTÁRIO

Centro de SP ganha série na Cultura

"O Centro em Quatro Estações", de Maria Cristina Poli, retrata a região central de São Paulo

da Reportagem Local

A Cultura exibe, a partir desta terça, às 22h30, o documentário "O Centro em Quatro Estações", com apresentação e direção de Maria Cristina Poli.

O documentário, dividido em quatro capítulos, tem o objetivo de "redescobrir" a região central de São Paulo, rememorando dados históricos, além de pontuar os principais marcos arquitetônicos do local, segundo a autora.

O nome "O Centro em Quatro Estações", diferentemente do que se possa supor, não se refere às fases sazonais do ano. O título dá conta das quatro estações de metrô que, teoricamente, delimitam o perímetro urbano do centro de São Paulo -Sé, República, Anhangabaú e São Bento.

As estações, uma por capítulo, são focalizadas a partir da área que ocupam, e o documentário mostra, assim, dados históricos das redondezas de cada uma delas.
No caso da Sé, por exemplo, dados sobre o Pátio do Colégio e a catedral são esmiuçados. Já o capítulo dedicado à estação São Bento enfoca o mosteiro de São Bento e a Bolsa de Valores, próximos ao metrô.

O terceiro episódio trata da estação do Anhangabaú, tendo o Teatro Municipal como referência. O último capítulo, sobre a estação República, mostra as origens do Minhocão e retrata o edifício Copan, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
O projeto custou R$ 300 mil e levou cerca de dois anos até ser exibido. "O Centro", patrocinado pelos Correios, é uma co-produção entre a TV Cultura e a Poli Comunicações, empresa da jornalista.

"Como uma paulistana típica, filha de mineiro com pernambucana, passei a ter mais intimidade com centro e com São Paulo. Quero retratar a história do país falando sobre coisas cotidianas, que as pessoas vivenciam", explica Maria Cristina.

O documentário ainda conta com depoimentos de personalidades que vivem, viveram ou se utilizam do local. Entre elas, estão o compositor Caetano Veloso e o escritor Ignácio de Loyola Brandão.

O vídeo foi dedicado ao jornalista e publicitário Carlito Maia, que, ainda que mineiro, adotou a capital paulista para viver.

Depois de retratar o centro de São Paulo, a jornalista finaliza a realização de outros projetos sobre capitais brasileiras. A próxima será o Rio de Janeiro.

"Quero mostrar o Rio dos portugueses, dos negros, dos nordestinos e dos emergentes. O documentário seria parecido -divido em quatro capítulos."

Maria Cristina ainda pensa em produzir programetes de cerca de 1 minuto relatando a origem dos nomes das ruas de São Paulo.



 
 




1 comentario:

  1. Por que essa série não é reprisada? Eu já morei em São Paulo, aprendi a amar muito essa cidade e, gostaria muito de conhecer esse documentário.

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